17 de março de 2017

ANDARILHOS ALADOS


Quantos anjos cruzamos todo dia? E destes, quantos reconhecemos como tal?


Foto: internet

Voa! Voa!
Alça o voo, abraça o ar!
Somos anjos que desafiam as regras
e atravessamos os véus da ilusão

Percebemos as realidades distorcidas
penduradas num varal
e vemos além de tudo
até depois da curva do horizonte

Das almas partidas
das almas que chegaram
de tudo que o tempo levou
de tudo que o tempo trouxe e trás

Subimos os montes
e rimos das quedas
afinal, o que é o chão
pra quem sabe voar?

Das lamas despejadas
sobre as almas revestidas de santidade
que cospem leveza
carregando correntes sobre os ombros

Atravessamos paredes, derrubamos conceitos
pra que revoem os maus e falsos elegantes
e sejam abatidos em plena fuga apavorados
pra que aos brados, soem dissonantes

desde o início o primeiro passo se faz presente
o primeiro voo assusta,
mas contra o vento as certezas absolutas
se tornam força de vontade

Não há teoria que supere a prática
Por isso choramos de sorriso aberto
a dor é latente, a angústia é presente
e a vida não aceita devoluções (seja valente!)

Surgidos, partilhamos e crescemos
e a cada dia chegamos mais próximos ao limite
à linha que divide territórios que inexistem
nos perdemos e achamos, batendo a poeira

Almas não afogam mágoas
com tantas regras, somos errantes
vingativos tolerantes, dividimos e conquistamos, brutais
somos "mestres" sobre a terra, menestréis da guerra
tantos lamentos, poucos perdões.

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